Câmara da Mealhada vai alienar 20% da sua participação na Escola Profissional
26 dezembro, 2013O Executivo Municipal da Mealhada decidiu hoje, em reunião extraordinária, alienar 98.100 euros da sua participação na sociedade comercial Escola Profissional da Mealhada Lda., a duas instituições concelhias: a Associação Recreativa de Ventosa do Bairro e o Jardim de Infância Dra. Odete Isabel. Com esta alienação de 20% da sua quota, a Escola Profissional da Mealhada Lda. deixa, assim, de ter a natureza de empresa local, não tendo de se regular pela nova Lei do Setor Empresarial Local. A proposta foi aprovada por unanimidade na reunião de hoje e segue agora para validação da Assembleia Municipal, que reúne amanhã à noite.
Depois do Executivo Municipal ter decidido inicialmente, na reunião de câmara de 16 de dezembro, alienar a totalidade da sua participação na sociedade comercial que gere a Escola Profissional Vasconcellos Lebre (EPVL), a reunião de hoje trouxe novos desenvolvimentos ao processo de adaptação dessa empresa municipal à nova Lei do Setor Empresarial Local, de agosto de 2012. Com a Secretaria de Estado da tutela a homologar o entendimento da Direção Geral das Autarquias Locais, de que o conceito “subsídios à exploração” não inclui as verbas atribuídas no âmbito de programas financiados por fundos comunitários (como o POPH, no caso da EPVL), a Câmara Municipal apenas teria que deixar de ter participação dominante na empresa.
E foi nesse sentido que o presidente da Câmara, Rui Marqueiro, trouxe uma nova proposta para cima da mesa, que recebeu o aval de todos os vereadores da autarquia: a alienação de 20% da quota da Câmara Municipal na Escola Profissional da Mealhada Lda. a duas instituições do concelho, deixando essa, assim, de ter natureza de empresa local e a obrigatoriedade de se adaptar ao novo regime jurídico imposto pelo Governo.
A proposta terá ainda de ser aprovada em Assembleia Municipal, mas caso receba luz verde, a Câmara Municipal passa a ter uma quota de 44,1% na sociedade comercial Escola Profissional da Mealhada Lda., a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Bairrada e Aguieira mantém os seus 35,9%, e a empresa ganha ainda dois novos sócios, cada um com uma participação de 10%: a Associação Recreativa de Ventosa do Bairro e o Jardim de Infância Dra. Odete Isabel.
“Ultrapassada esta questão essencial relativa à obrigação de dissolução ou alienação integral, considera-se preferível proceder à alienação parcial da quota da Câmara Municipal na Escola Profissional da Mealhada Lda., que deixará assim de ter natureza de empresa local”, justifica o Presidente da Câmara, na sua proposta. “Essa circunstância é positiva não só para a Câmara Municipal, porque para o cumprimento do complexo regime financeiro a que está adstrita terá apenas de considerar a gestão da sua atividade financeira, como para a Escola Profissional da Mealhada Lda., que deixará de ter um conjunto de constrangimentos que não se coadunam com a natureza da sua atividade”, acrescenta.
Recorde-se que a situação da EPVL tem sido dos pontos mais importantes das últimas reuniões de Câmara. A instituição é gerida pela empresa Escola Profissional da Mealhada, Lda., que resulta de uma sociedade entre a Câmara Municipal (detentora de 64,1% das quotas) e a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Bairrada e Aguieira (detentora das restantes 35,9%), e está incluída no rol de empresas municipais que deveriam ter sido adaptadas à nova Lei do Setor Empresarial Local até março deste ano. Com a EPVL em incumprimento, o presidente da Câmara, Rui Marqueiro, tem vindo a alertar para a gravidade da situação e para a necessidade de se resolver o assunto com urgência, cumprindo os parâmetros legais, como forma de salvaguardar os interesses da própria EPVL. A solução hoje apresentada passa, então, pela alienação de 20% da quota da autarquia na sociedade Escola Profissional da Mealhada Lda. A proposta foi aprovada por unanimidade e segue agora para a Assembleia Municipal, que reúne amanhã, a partir das 20h, na EPVL.
(2013-12-26) - Press Release