Carta Educativa em análise no Conselho Municipal de Educação da Mealhada

O Conselho Municipal de Educação reuniu ontem no Salão Nobre dos Paços do Concelho. O vice-presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Guilherme Duarte, presidiu à sessão de trabalho, que contou ainda com a presença dos agentes escolares, parceiros sociais e de outras entidades intervenientes no sistema educativo do concelho, de acordo com a lei em vigor.

Antes do início da ordem de trabalhos, teve lugar a apresentação de um estudo levado a cabo pelo professor da Universidade de Coimbra, AntÓnio Rochette, sobre o tema “A Carta Educativa da Mealhada (uma década depois)”. O objetivo da exposição foi fazer um balanço dos dez últimos anos da Educação do concelho da Mealhada e, igualmente, uma proposta de revisão da Carta Educativa. No geral, o docente universitário enunciou uma série de dados estatísticos relativos à Carta Educativa, elucidando os presentes sobre o que correu bem e menos bem, desde 2004 até agora. Para AntÓnio Rochette, apesar das dificuldades econÓmicas que atualmente se fazem sentir, que condicionam as políticas educativas no concelho e no país, o percurso percorrido pela Carta Educativa da Mealhada foi satisfatÓrio.

Contudo, o professor universitário deixou claro que há situações que o preocupam e que devem ser prioritárias para o Conselho Educativo, focando sobretudo o fenÓmeno da mobilização dos alunos para outras escolas, fora do concelho, a chamada “fuga de alunos”. AntÓnio Rochette alertou para o crescente êxodo da população estudantil para Coimbra e outros concelhos limítrofes e a constante baixa de natalidade que se verifica por todo o país. “Aliado à fuga de alunos está a baixa natalidade. Num futuro prÓximo, nascerão cerca de menos 270 crianças na Mealhada”, referiu o docente, que considera ser necessário repensar estratégias e prioridades ao nível das políticas que promovam a fixação dos alunos no concelho.

O vice-presidente da Câmara, Guilherme Duarte, agradeceu a presença de todos, em particular, do professor Rochette, manifestando-se preocupado com esta “fuga”. Guilherme Duarte assegurou que a matéria continuará em discussão. “Temos uma realidade muito particular, estamos geograficamente muito perto de Coimbra, que possui uma oferta educativa mais rica e apelativa. Os transportes rápidos facilitam este êxodo, temos de repensar estratégias”, acrescentou o responsável pelo pelouro da Educação da Câmara Municipal da Mealhada.

Já para Nuno Canilho, diretor da Escola Profissional da Mealhada, considerou como “dramático” a nível social que nos prÓximos três ou quatro anos o concelho não tenha uma estrutura educativa sustentável”. “O nosso combate é contra um inimigo real, o fato de nascerem cada vez menos crianças no concelho e contra um inimigo imaginário, que é a fuga dos alunos para outros concelhos. é necessário que haja uma estratégia para evitar esta situação. Tem de ser feita uma análise estatística desta dinâmica sÓcia educacional que sirva de documento de trabalho diário no acompanhamento do percurso geográfico e da localização dos alunos”.

Ainda antes da ordem do dia, duas representantes do Setor Educativo da Fundação Mata do Buçaco, Sofia Ferreira e Ana Fonseca, fizeram uma apresentação do serviço educativo daquela fundação.

Para além do vice-presidente, Guilherme Duarte, estiveram presentes na reunião a presidente da Assembleia Municipal da Mealhada, Daniela Esteves, o presidente da União de Freguesias da Mealhada, Ventosa do Bairro e Antes, João Santos, o representante do pessoal docente no Ensino Básico público, Carlos Rodrigues, o representante do estabelecimento de Educação do Ensino Profissional, Nuno Canilho, a representante da Associação de Pais e Encarregados de Educação da EB1, Ivete Carrilho, a representante do pessoal docente do Ensino Secundário Público, Graça Tomás, a representante dos Serviços Públicos de Saúde, Maria Odete Oliveira, a representante dos Serviços de Segurança Social, Anabela Camões e o representante das Forças de Segurança, Rui Santos.

(2014-10-24) - Press Release