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Câmara Municipal deu as boas vindas à comunidade educativa

11 setembro, 2014

Câmara Municipal deu as boas vindas à comunidade educativa

No dia em que arranca mais um ano letivo, a Câmara Municipal da Mealhada deu as boas vindas aos agentes e parceiros educativos do concelho, numa receção que decorreu, de manhã, no Cineteatro Municipal Messias. O vice-presidente da autarquia, Guilherme Duarte, deixou claro que para este Executivo Municipal, “a Educação é vista como um investimento no futuro”, realçando que, prova disso, foi a aposta da autarquia no lançamento de bolsas de apoio e incentivo aos alunos do concelho. Guilherme Duarte falou ainda das dificuldades das transferências de competências, dos novos centros escolares do concelho, do problema de transporte escolar que se vive no município e apresentou uma novidade: a Plataforma de Ensino Assistido, uma solução inovadora de gestão da Educação Municipal, que vai começar a funcionar já este ano letivo.

Foi em dia de arranque do novo ano escolar que a Câmara Municipal da Mealhada recebeu a comunidade educativa do concelho, numa iniciativa que pretendeu saudar o novo ano de 2014/2015, mas também promover o convívio entre todos os agentes educativos do município. O primeiro a discursar foi o vice-presidente da Câmara, Guilherme Duarte, também ele professor e responsável pelo pelouro da Educação, que, em traços gerais, traçou o estado da Educação no concelho da Mealhada, tecendo críticas ao Governo pela forma como está a conduzir a transferência de competências nesta área.

“Este agrupamento é sui generis. Foi criado da fusão de dois agrupamentos com uma escola à parte e, neste momento, temos quatro tipos de funcionários: os do Ministério da Educação, os da Câmara Municipal, os da Transferência de Competências e os dos Contratos Emprego Inserção. Em abril recebemos uma carta do Ministério da Educação e Ciência / Direção Geral de Planeamento e Gestão Financeira a dizer que a Câmara Municipal recebeu indevidamente cerca de 590 mil euros a mais e que, a partir deste mês serão suspensas as transferências mensais até perfazer o montante em dívida. Não estamos conformados e tudo faremos para rebater esta situação. A transferência de competências foi um rebuçado doce no início, que está a chegar agora a uma parte amarga”, afirmou Guilherme Duarte.

O autarca falou dos dois centros escolares que estão ainda em construção no concelho, o do Luso e o da Mealhada, referindo que os dois já deverão estar em funcionamento para o próximo ano de 2015, e assinalou ainda alguns problemas existentes no concelho em termos de Educação, nomeadamente “uma carta educativa obsoleta, que está completamente desajustada e necessita de atualização” e a questão dos transportes escolares, “que não tem funcionado nada bem e tem gerado queixas por parte de professores e encarregados de educação”. “Estamos a trabalhar para mudar isso”, garantiu o vice-presidente da autarquia.

Garantindo, contudo, que “para a Câmara, a Educação é vista como um investimento no futuro e não um gasto”, Guilherme Duarte falou de uma das medidas já implementadas por este Executivo Municipal, as bolsas de estudo e mérito, que têm o objetivo, precisamente, de apoiar e incentivar os alunos do concelho a prosseguirem os estudos com distinção. “São 10 bolsas de estudo para os alunos do ensino superior público do concelho, 10 bolsas de estudo para os alunos do secundário e três bolsas de mérito para os alunos também do secundário. As primeiras são para alunos do concelho que necessidades económicas. As últimas são para os que, independentemente das necessidades económicas, revelam um excelente aproveitamento”, afirmou, lembrando que as candidaturas já estão a decorrer, sendo possível encontrar mais informações no site da autarquia, em www.cm-mealhada.pt.

Por último, Guilherme Duarte apresentou uma novidade: a Plataforma de Ensino Assistido. Uma solução inovadora de gestão da Educação Municipal, que vai já começar a funcionar neste ano letivo, pelo menos nos seguintes módulos: gestão de refeições, gestão curricular; gestão de transportes escolares e gestão da ação social. “O Encarregado de Educação vai poder pagar o passe de casa, por exemplo”, salientou o autarca, elogiando a plataforma e defendendo que essa vai simplificar os procedimentos e torná-los mais eficazes na gestão da Educação Municipal.


“Não podemos desistir”
O segundo orador da manhã foi o diretor do Agrupamento de Escolas da Mealhada, Fernando Trindade, que centrou o seu discurso no facto de já não existir educação para adultos no concelho. “é um erro o desinvestimento na educação de adultos. Os adultos que precisem ou queiram têm de se deslocar e bastante”, salientou Fernando Trindade. Uma opinião partilhada pelo diretor da Escola Profissional da Mealhada, Nuno Canilho, que defendeu igualmente a formação para adultos, lembrando que a escola profissional tem essa resposta.

Nuno Canilho falou ainda do desgaste que hoje se vive na Educação, defendendo e sublinhando, por várias vezes, que “não podemos desistir”. “Temos alunos desmotivados, mas não podemos desistir. Alunos infelizes em casa, de famílias destruturas, mas não podemos desistir. Alunos que aos 17 e 18 anos não sabem o que querem ser, mas não podemos desistir. Nós, gestores, professores, funcionários, não podemos desistir”, sublinhou o responsável, sob um forte aplauso do público presente.

A receção municipal contou ainda com dois momentos muito especiais. Maria de Fátima Neves, professora da Escola Superior de Educação de Coimbra, do Instituto Politécnico da Coimbra, foi convidada a estar presente para partilhar com a plateia algumas reflexões sobre os desafios na Educação e Formação em Portugal. Já Eugénia Tavares e Ana Moreira, respetivamente diretora e coordenadora pedagógica da Escola da Ponte, estiveram também presentes para apresentar o modelo desta escola, tão diferente do usual. Uma escola pública, com mais de 30 anos, que não tem aulas expositivas, turmas ou anos de escolaridade. Tem sim uma equipa dedicada a um modelo diferente, que se centra em três grandes núcleos: o de iniciação, aperfeiçoamento e consolidação. E, sob as máximas de responsabilidade, autonomia e liberdade, são os próprios alunos que escolhem os seus orientadores educativos, que traçam o seu plano de aprendizagem e se propõem a avaliação. Uma escola de alunos, professores, pais e funcionários, onde todos têm um papel determinante para o sucesso de quem escolheu este modelo piloto de aprendizagem.

(2014-09-11) - Press Release







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