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Uma semana de trabalho na Ermida de S. José

31 julho, 2015

Uma semana de trabalho na Ermida de S. José

Durante uma semana foram realizados trabalhos de recuperação da Ermida de S. José, destruída no temporal de 2013. No fim do workshop, foi bastante o trabalho já concluído.

A FMB em parceria com o DECivil da UA e a Câmara Municipal da Mealhada organizaram o primeiro Workshop de Verão, intitulado "Técnicas tradicionais para intervenção em edifícios históricos", na Mata do Buçaco, enquadrado no ciclo de eventos: Seminário de Património Edificado do Buçaco (27 de Março de 2015) / Workshop Técnicas tradicionais para intervenção em edifícios históricos.

O Workshop iniciou no dia 20 de julho às 10h, com a sessão de abertura marcada pela presença do Presidente da Fundação Mata do Buçaco, Eng. António Gravato, o representante da Universidade de Aveiro, Doutor Carlos Fonseca, e em representação da comissão organizativa estiveram presentes o Arq. Filipe Teixeira da Fundação Mata do Buçaco e a Prof. Ana Velosa, do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro (DECIVIL-UA).

Depois da receção de boas-vindas aos 15 formandos, foi a vez das apresentações individuais da cada um onde foi possível perceber a diversidade de regiões nacionais representadas, contando também com dois participantes brasileiros, e a variedade das diversas áreas do conhecimento ali presentes, desde arquitetos a conservadores/restauradores e mesmo advogados e empreiteiros, e ainda alunos universitários.

 

O Curso de Verão, com uma forte componente prática, reuniu formadores de diversas áreas nomeadamente o Arq. Filipe Teixeira da FMB, na área da história de arte e arquitetura paisagista; o Eng. Alexandre Costa e o Eng. Tiago Ílharco conservadores/restauradores da empresa NCREP; Prof. Ana Velosa e Eng. Luís Mariz do DECIVIL-UA; Luís Domingos, mestre de obra da empresa Aldeias de Pedra e por fim, Eng Pedro Lourenço da empresa Umbelino Monteiro.

 

A história da presença Carmelita na Mata do Buçaco, foi o primeiro tema a ser abordado, incluindo uma visita à Mata. Durante uma semana os formandos tiveram a oportunidade de saber mais sobre as características formais e materiais das construções da Mata do Buçaco, compreender a ação dos agentes de degradação nas construções antigas e saber os principais princípios éticos que devem ser aplicados em intervenções em edifícios históricos.

As aulas práticas, que incidiram na Ermida de São José, iniciaram com a remoção dos rebocos não funcionais, a limpeza total do interior da Ermida e a eliminação das barras de ferro (colocadas de forma errada anteriormente) que serviam para encerramento das janelas. De seguida foi aplicada as várias argamassas de recuperação de alvenarias antigas e foram colocados os novos elementos estruturais no interior da Ermida. A consolidação / restauro da estrutura exterior da abobadilha, a reconstrução dos tetos (que colapsaram com a queda das arvores em 2013), com madeira proveniente da Mata, e a aplicação da cortiça (removida anteriormente e mais tarde reutilizada) foram os passos seguintes.

Já próximo do fim do curso, os técnicos da empresa Umbelino Monteiro produziram uma maquete à escala da cobertura da ermida para melhor perceber a solução apresentada por eles. Esta cobertura foi uma oferta da empresa tendo sido utilizada a telha Bussaco criada em específico para o património edificado da Mata.

O último trabalho prático consistiu no caiamento com pigmento ocre no exterior nos alçados nascente e poente e áreas interiores, e o pigmento óxido de ferro para os rodapés no exterior nos alçados nascente e poente.

 

No final da semana, apesar do empenho e do programa rigoroso não foi possível concluir a parte que cabia aos formandos. Estando previsto a continuação dos trabalhos pela equipa de manutenção e gestão do património da FMB, até meados do mês de agosto para finalização dos trabalhos.

 

O balanço final do curso é muito positivo pelos testemunhos dos formandos que já iniciaram um grupo de trabalho em rede permitindo que os conhecimentos adquiridos no curso e os contactos prossigam. Será ainda colocado um painel interpretativo junto à Ermida contextualizando os trabalhos ali efetuados e uma referência a cada um dos envolvidos, desde organização, formadores, patrocinadores e formandos.

Durante a semana foram vários os visitantes e turistas que abordaram o grupo mostrando-se agradados com a iniciativa e outros até com vontade de ajudar. Registaram-se também os testemunhos de visitantes que analisavam com preocupação os efeitos do Gong mas que viam com satisfação o trabalho de recuperação a acontecer.

A Fundação agradece o entusiasmo dos formandos que demonstraram vontade de regressar para ver a obra terminada e contribuir para o término dos trabalhos.

(2015-07-31) - Press Release







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