Alunos da Mealhada têm notas acima da média e reduzido número de repetências

13 abril, 2011

Os alunos do concelho da Mealhada têm, no seu geral, notas acima da média e um reduzido número de repetências. A excepção vai para os do 9° ano, que mostram algumas dificuldades com a disciplina de Matemática, e para os do 3° ciclo e secundário que apresentam uma taxa de repetência acima da média. A informação foi revelada pela directora adjunta do Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação, durante o 3° Encontro com a Educação. Teresa Evaristo lembrou, contudo, que a estatística tem de ser mais trabalhada, pode nem sempre espelhar a realidade e mostrou-se totalmente contra os “rakings”.

“Estes dados são meramente indicativos e não são utilizados, de forma alguma, para criar competitividade entre escolas e concelhos”, afirmou a directora adjunta do Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação, durante o 3° Encontro com a Educação, que decorreu no dia 9 de Abril, no Cine-Teatro Municipal Messias. “Sou completamente contra os rankings. São altamente destrutivos e não espelham minimamente a realidade. Não têm em consideração sequer os ambientes socioeconÓmicos das escolas”, frisou Teresa Evaristo.

A vice-presidente da Câmara da Mealhada e responsável pelo pelouro da Educação agradeceu a informação à directora adjunta, mas considerou que os números apresentados não mostram, no seu particular, a realidade do concelho. “A frieza dos números muitas vezes não espelha a realidade. Estes números não dizem, por exemplo, que muitos dos nossos alunos do secundário seguem o ensino profissional, que muitos dos que prestam provas na escola secundária não estudam lá, são alunos auto-propostos, que vêm de outras escolas ou têm interrupções no percurso escolar e, por isso, não vêm tão bem preparados”, defendeu Filomena Pinheiro, argumentando que a taxa de desistência no concelho, que não foi divulgada, não mostra que muitos dos alunos optam por colégios privados ou outras escolas nos concelhos vizinhos. “Essas variáveis não são tidas em conta no tratamento da informação”, sustentou.

A vice-presidente da Câmara frisou ainda que “qualquer resultado que estivesse aqui espelhado seria sempre insuficiente para nÓs, mesmo que, como aqui mostra em alguns casos, já tivéssemos ultrapassado as metas e os objectivos para 2020”. Filomena Pinheiro mostrou-se, contudo, essencialmente preocupada com os resultados dos alunos do 9° ano na disciplina de Matemática, que contrasta com os excelentes resultados dos mesmos alunos na disciplina de Língua Portuguesa, e garantiu que estariam mais atentos ao assunto. “Quanto aos resultados dos alunos do 9° ano na Matemática é realmente preocupante e considero que os professores, os pais e a comunidade educativa deviam ponderar sobre esta situação”.

Portugal tem que reduzir taxa de abandono escolar para 10% até 2020
Teresa Evaristo, directora adjunta do Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação e relações externas do Ministério da Educação, esteve no 3ª Encontro com a Educação para apresentar o Projecto 2015, que procura envolver as escolas do país no cumprimento do compromisso nacional de redução da taxa de abandono escolar precoce em 21% até o ano de 2020. As prÓprias escolas é que definiram as suas metas para cada ano escolar, para que daqui a nove anos seja possível conseguirem a média de 10% que se pretende atingir.

Neste momento, a taxa de abandono escolar precoce de Portugal é de 31%, sendo necessário que essa atinja os 10% daqui a nove anos. “é um peso que temos sobre os ombros, mas a verdade é que temos de atingir esse objectivo até 2020, será por esse objectivo que seremos avaliados”, sublinhou Teresa Evaristo, acrescentando: “Mas queria ainda deixar claro que nÓs não trabalhamos para a estatística, somos sim avaliados por ela”. O objectivo está implícito na meta educativa que a Europa tem que cumprir até 2020, de redução da taxa de abandono escolar para 10%.