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Mealhada comemorou o 25 de abril

26 abril, 2013

Mealhada comemorou o 25 de abril
As comemorações da Revolução de Abril no concelho da Mealhada cumpriram a tradição. A sessão solene da Assembleia Municipal começou pelas 10h15 e contou com a presença especial de Machado Lopes, que integrou a comissão administrativa que geriu os destinos do município apÓs o 25 de abril. O Presidente da Câmara discursou pela última vez, enquanto líder do Executivo, nas comemorações da data, e deixou uma palavra aos seus sucessores. “Quando saírem, saiam de consciência tranquila de que fizeram tudo o que podiam em prol do município”, afirmou Carlos Cabral, defendendo os autarcas do Poder Local na atual descredibilização da classe política. “Os presidentes de Câmara e de Junta de Freguesia são os verdadeiros políticos, são os que não ficam eternizados no poder. Os outros, que não se dizem políticos, é que são preocupantes”, concluiu.

Foi com o habitual hastear da Bandeira Nacional, a Guarda de Honra pelos Bombeiros da Mealhada e da Pampilhosa, o Hino Nacional tocado pela FilarmÓnica Lyra Barcoucense 10 de Agosto, a largada de pombos pelo Grupo ColumbÓfilo da Mealhada e a deposição de uma coroa de flores junto ao monumento aos mortos em combate do concelho que se iniciaram as comemorações do 39° aniversário do 25 de abril na Mealhada. Seguiu-se a sessão solene da Assembleia Municipal, que este ano contou com a presença especial de Machado Lopes, que integrou a comissão administrativa que geriu os destinos do município apÓs o 25 de abril.

Com um currículo invejável nas artes, licenciatura em Arqueologia e Direito e ainda doutoramento em HistÓria pela Universidade de Coimbra, Machado Lopes brindou os presentes com uma autêntica aula de histÓria e deixou no ar o clima de euforia com que se viveu a data. “As Forças Armadas avisaram que ia decorrer ‘uma série de ações com vista à libertação do país do regime ditatorial’ de Salazar”, disse. “Pede-se à população que se recolha nas suas residências. Viva Portugal!”, reproduziu Machado Lopes, terminando com uma mensagem de Luís Vaz de Camões, que deixou em jeito de conselho: “ Defendei as vossas terras que a esperança de liberdade está na vossa lança”.

Já AntÓnio Neves, da CDU, defendeu que “o branqueamento do 25 de abril tem sido uma constante”. “A nossa democracia tem sofrido contínuos ataques, a nossa Constituição é alvo dos maiores ataques dos partidos de direita.

O Ódio que a direita destila por não poder mexer-lhe é fora do normal”, argumentou. O membro da Assembleia Municipal alertou para os problemas dos dias de hoje, considerando que “depois de uma ditadura fascista, estamos hoje subjugados a uma nova ditadura, a dos mercados”. “Os portugueses vivem na miséria devido às políticas deste Governo. é preciso dizer basta a estas políticas que sÓ vão trazer mais pobreza, mais fome”, concluiu AntÓnio Neves, terminando com um “Viva o 25 de Abril!”.

Já Marilísia Duarte, do PSD, defendeu o desempenho do atual Governo que, segundo referiu, “teve a coragem de retirar o lixo que estava debaixo do tapete” e lembrou que “os sacrifícios têm sido reconhecidos, o que traz uma nova esperança”. A atual vereadora do PSD na Câmara Municipal centrou, contudo, o seu discurso na necessidade de haver uma maior participação cívica. “é preciso a participação cívica ganhar peso. Basta desta forma de aparelhismo partidário, que tanto tem contribuído para a descredibilização da classe. O espírito do sentido de servir é a missão que tem que estar subjacente. O partido é o país”, defendeu Marilísia Duarte, desafiando os presentes a “romper com o status quo e as tradicionais formas de fazer política”.

Guilherme Duarte, do PS, seguiu-se nos discursos. “Neste dia que comemorarmos a Revolução dos Cravos, devemos erguer a nossa voz e junta-la às demais. Todos queremos ter um país livre, mas ao mesmo tempo governantes responsáveis”, defendeu o socialista, considerando contudo que “nem sempre isso tem acontecido”. Guilherme Duarte recordou a satisfação do povo com o 25 de abril, as primeiras eleições, a descolonização, mas defendeu que hoje o povo está novamente triste. “Hoje começa a ganhar força a ideia de que a igualdade, a fraternidade, que conceitos básicos do tão prometido socialismo estão comprometidos”, referiu. “E ouve-se de novo ‘Grândola, Vila Morena’ e até já se pergunta: ‘Valeu a pena o 25 de abril?’ Mas a resposta tem de ser sempre a mesma: Valeu!”, concluiu.

O discurso seguinte coube ao Presidente da Câmara Municipal. Carlos Cabral começou por lembrar que esta foi a sua última intervenção nas comemorações do 25 de abril na qualidade de presidente e, como tal, aproveitou para deixar uma palavra a quem o irá suceder: “Quando saírem, saiam de consciência tranquila de que fizeram tudo o que podiam em prol do município”, afirmou, defendendo os autarcas do Poder Local na atual descredibilização da classe política. “Nem sempre a classe política tem sabido preservar o 25 de abril. Nas 308 salas do país como esta decide-se menos do que nas mesas de restaurante, onde políticos de aviário junto com banqueiros e grandes empresários gostam de decidir o nosso rumo”, considerou Carlos Cabral, adiantando: “Os presidentes de Câmara e de Junta de Freguesia são os verdadeiros políticos, são os que não ficam eternizados no poder. Os outros, que não se dizem políticos, é que são preocupantes”. “São os políticos de aviário, que ficam anos e anos e anos, sem imposição de mandatos”, acrescentou, terminando contudo com uma palavra de ânimo. “Tem que se ter esperança, temos que trabalhar, temos que lutar e partir da realidade que a democracia e a liberdade não são dados adquiridos. Temos de lutar por elas, todos juntos, para que Portugal seja um país melhor!”.

(2013-04-26) - Press Release






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