Alunos do 1° ciclo viveram dia numa sala de aula diferente

30 abril, 2014

A escola antes e depois do 25 de Abril” foi o nome da iniciativa levada a cabo pela Biblioteca Municipal, no passado dia 23 de abril, para comemorar os 40 anos do 25 de Abril. No espaço infantil da biblioteca foi recriada uma sala de aula semelhante às existentes antes da Revolução de Abril, proporcionando às crianças do 1° ciclo da Escola Básica da Mealhada uma realidade bastante diferente da que se vive hoje em dia.

Com vista à comemoração dos 40 anos do 25 de abril, a Biblioteca Municipal recriou uma sala de aula semelhante às existentes antes da Revolução de Abril e convidou a Associação de Aposentados da Bairrada (AAB) para promover uma sessão explicativa para os alunos do 1° ciclo. Ao longo do dia foram realizadas duas sessões, uma de manhã e outra à tarde, e estiveram presentes oitenta crianças, do 3° e 4° ano da Escola Básica da Mealhada e cinco professoras.

Nas duas sessões realizadas, as professoras aposentadas, membros da AAB, falaram da sua experiência e das diferenças do antes e depois do 25 de Abril, nomeadamente, a diferença física da sala de aula: as mesas utilizadas, o crucifixo, as fotografias dos governantes, os mapas, o material utilizado para trabalhar, que se resumia ao quadro preto, giz, ardÓsias e aos livros únicos contrastando com os inúmeros materiais existentes hoje em dia na sala de aula. A obrigatoriedade da religião catÓlica, os textos dos livros dedicados aos três temas fundamentais, Deus, Pátria e Família, foram também assinalados como diferenças. A ordem, a disciplina e obediência fizeram parte do “antes” 25 de Abril, mas também do “depois”, isto porque são valores que devem estar sempre presentes para que exista respeito.

A questão do analfabetismo, existente na altura, também foi abordada o que surpreendeu muitas crianças, assim como, o facto das professoras não se poderem casar livremente, com quem se apaixonavam, pois tinham que pedir autorização ao governo e nem sempre era aceite.

Ao longo da sessão foram declamadas algumas das poesias e quadras que eram memorizadas naqueles tempos. Um dos momentos divertidos foi a dramatização do texto “Ditado e Composição”, de Teresa Paixão, para distinguir a ditadura da democracia. “A ditadura é como o ditado, tens de fazer o que te dizem sem reclamar, senão podes ser preso. A Democracia é como uma composição, podes dar a tua opinião, podes escolher o que quiseres.” Esta iniciativa terminou com todos os presentes a cantarem “Somos livres (uma gaivota voava voava)”, de Ermelinda Duarte.